Grandes times - parte I: Polônia de 1974-1982

Salve salve galera que nos acompanha, sejam mais uma vez bem-vindos ao nosso blog! Por motivos de força maior, não foi possível publicar na última sexta-feira e a partir de hoje, nosso blog terá postagens somente às terças-feiras, temporariamente. Bem, estamos de volta trazendo mais histórias das Copas. E hoje traremos uma seleção que fez muita história nas décadas de 1970 e 1980. Venha comigo, no caminho eu te explico.

POLÔNIA 1974 - 1982


A seleção polonesa participou de poucas Copas do Mundo, foram 7. A estreia foi em 1938, quando vendeu caro a derrota para o Brasil, por 5 a 6, na prorrogação. E depois, um longo hiato, voltando a disputar uma Copa somente em 1974.

Mas temos que voltar um pouquinho antes no tempo. Este time começou a fazer história em 1972, nos Jogos Olímpicos de Munique, quando conquistou a medalha de ouro, numa campanha fantástica: foram 6 vitórias e 1 empate. Este é o único título do futebol polonês.

O próximo desafio eram as eliminatórias: a Polônia estava no grupo 5 da UEFA, ao lado de Inglaterra e País de Gales. Somente o campeão do grupo se classificaria. E os poloneses, que começaram com derrota a caminhada (sofreram um revés de 2 a 0 para País de Gales), se recuperaram, venceram duas partidas e na última rodada precisaram apenas de um empate contra a seleção da Inglaterra para carimbarem o passaporte, novamente para a Alemanha, onde dois anos antes conquistaram o Ouro Olímpico.

(Seleção de 1974. Foto: Google)

Já nos campos germânicos, à época, divididos entre ocidentais e orientais (a Copa se deu apenas no lado do oeste), os poloneses caíram em um grupo difícil: a vice-campeã Itália, a temida, mas ainda sem títulos Argentina e a "amostra grátis", a seleção do Haiti, que disputaria a sua primeira e única Copa até os dias atuais.

Comandados pela dupla Lato e Szarmach, a equipe obteve três vitórias nos três jogos: uma goleada de 7 a 0 sobre o Haiti (contada aqui no blog recentemente) e de quebra, eliminando a Itália, a Polônia partiu em busca do tão sonhado título. Como naquela época a fase de mata-mata fora extinta. as equipes classificadas (seriam 8), se dividiram em dois grupos com 4 equipes cada onde jogariam entre si dentro de seus grupos, passando o campeão para a final e o segundo colocado para decidir quem ficaria em 3º e 4º naquela Copa. 

(A maior lenda viva do futebol polonês: Lato. foto: arquivo do blog)

A equipe "escapou" do Brasil e da Holanda, as equipes temidas naquela Copa. O Brasil por ser o campeão, pois fazia uma campanha pra lá de burocrática naquela edição e a Holanda por estar jogando o melhor futebol do planeta naquela época. E diferentemente da Alemanha Ocidental que perdeu propositalmente a partida para os irmãos orientais, justamente para fugir daquele que se tornaria o grupo da morte, a Polônia tinha pela frente Suécia, Iugoslávia e a anfitriã. Foram duas vitórias, contra suecos e iugoslavos e uma derrota que foi dolorosa para a Alemanha de Gerd Müller por 0 a 1.

Como o Brasil perdeu para a Holanda, os tricampeões entraram no caminho dos poloneses, que com um gol de Lato, conquistaram o inédito 3º lugar, até hoje a melhor colocação da Polônia em Copas, colocação que seria igualada em 1982.

(Gol de Lato na vitória sobre o Brasil em 1974)

Entre as Copas de 1974 e 1978, o time seguiu brilhando: em 1976, conquistou a prata nos Jogos Olímpicos de Montreal, perdendo novamente para a Alemanha. Szarmach foi o artilheiro da competição com 6 gols.

Nas eliminatórias para a Copa da Argentina, a Polônia nadou de braçada: num grupo com Portugal, Dinamarca e Chipre, o time venceu 5 das 6 partidas, precisando apenas de um empate em casa, 1 a 1 diante de Portugal para garantir a vaga.

(Szamarch, outra lenda do futebol polonês. Foto: Google)

Já em campos argentinos, os poloneses caíram no grupo com Alemanha (sua algoz 4 anos antes), Tunísia e México. A dupla Lato-Szarmach estava agora acompanhada de Boniek. A estreia foi num 0 a 0 contra os alemães, mas a equipe bateu Tunísia e México, beneficiou-se de um empate da Alemanha contra a Tunísia e passou de fase em primeiro lugar.

(Em 1978, o Brasil devolveu a derrota sofrida para a Polônia, 4 anos antes)

Na segunda fase, que fora disputada nos mesmos moldes da edição anterior, a Polônia foi uma "intrusa" num grupo que era uma mini Copa América. A seleção argentina, dona da casa, o Brasil que começou mal, mas se acertaria e terminaria a competição como a única invicta e o azarão time do Peru: argentinos e brasileiros se vingaram das derrotas sofridas em 1974, a Argentina fez 2 a 0 nos poloneses, enquanto que o Brasil fez 3 a 1 e neste jogo Lato mais uma vez deixou a sua marca, restando ao time do leste europeu apenas uma vitória, diante do Peru por 1 a 0 e um 5º lugar nesta Copa. Nada mal.

(Time da Polônia em 1982. Foto: Google)

Em 1982, a Polônia repetiria o feito de 8 anos antes e já com outros dois nomes de respeito para fazer companhia aos já veteranos Lato e Szarmach, além do já experiente Boniek: Smolarek. Nas eliminatórias, a Polônia ficou num grupo muito fácil, que tinha a Alemanha Oriental e Malta: 4 vitórias nos 4 jogos, com 12 gols marcados e apenas 2 sofridos, garantiram a passage da equipe polonesa à Copa na Espanha.

No grupo A da Copa, a Polônia iria reviver o confronto com a Itália 8 anos antes e o confronto contra o Peru, 4 anos antes. E pegaria a estreante seleção de Camarões. Num grupo que teoricamente Itália e Polônia deveriam se classificar com relativa tranquilidade, não foi bem isso o que aconteceu: ambas as equipes até se classificaram, a Polônia com menos perrengue, empatou com Itália e Camarões por 0 a 0 e bateu o Peru por 5 a 1. Já a Itália, empatou com Camarões no último jogo e levou a melhor por ter feito um gol a mais que os africanos. Mas se recuperaria no campeonato, terminando campeã, inclusive derrotando os favoritos, o time Brasileiro, no "Desastre de Sarriá".

Um novo regulamento para esta Copa, faria com que houvesse um triangular na segunda fase com os 12 times que avançaram de fase. E a Polônia bateu a Bélgica por 3 a 0 com um hat-trick de Boniek e empataria com a União Soviética por 0 a 0. Como a Polônia tinha saldo melhor, ficou em primeiro e como apenas o campeão de cada grupo avançava, a Polônia chegava às semifinais, inclusive, ficando acima da seleção brasileira, que jogava o melhor futebol no momento, mas que não conseguiu demonstrar isso em campo.

(Boniek. Craque anotou um hat-trick na segunda fase da Copa de 1982. Foto: Google)

Na semifinal, era a hora de disputar mais uma vez contra a Itália, que vinha cheia de moral ao bater o Brasil por 3 a 2. Se em 1974 deu Polônia e na estreia de ambas as equipes em 1982, o jogo foi 0 a 0, a Polônia em teoria era a favorita: Mas Paolo Rossi seguia inspirado e não deu a menor chance aos poloneses. Seus dois gols decretaram a vitória da Azurra.

Mas nada de desanimar, havia ainda a disputa de 3º e 4º lugares, contra outra equipe forte que emergia no cenário mundial: a França, que seria campeã da Euro de 1984, ganharia o ouro Olímpico em cima do Brasil também em 1984 e seria 3ª colocada da Copa de 1986. A seleção francesa era muito forte, com nomes como Platini, Giresse e Tigana. A França abriu 1 a 0, mas a Polônia virou para 3 a 1, tomou ainda o segundo gol, mas conseguiu se segurar e igualar a melhor campanha de sua história, com um novo 3º lugar, fechando assim, com chave de ouro a geração que teve Lato e Szarmach comandando este time.

(Decisão de 3º e 4º lugares em 1982, vencido pela Polônia)

Depois disso, participações discretas, como em 1986, quando passou pela última vez da primeira fase, mas fora derrotada pelo Brasil nas Oitavas por 0 a 4. Voltaria a disputar uma Copa somente em 2002, depois em 2006 e a última no ano de 2018, quando foi eliminada na primeira fase em todas elas.

O leitor mais novo que conhece o talento do atacante Lewandowski, que realmente é um atacante acima da média, mas que nasceu na geração errada. Tivesse ele feito parte da geração de Lato, Szarmach e Boniek, certamente a Polônia.

E aqui se encerra esta homenagem ao time que fez história por duas décadas. Infelizmente, não deram sorte, haviam times que conseguiram se impor, mas não podemos negar e nem deixar de reconhecer que eles fizeram história. E como nosso blog resgata histórias, ai está,

Agradeço mais uma vez a visita, a leitura e espero que tenha sido enriquecedora, Nós ficamos por aqui e voltaremos na próxima semana com mais histórias. Até lá!

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