Lendas das Copas: Episódio III - Garrincha

Salve salve galera que nos acompanha aqui no blog, sejam mais uma vez bem-vindos. Hoje estamos no terceiro dos oito episódios que apresentaremos sobre as lendas das Copas. Já apresentamos Pelé e Maradona, desta vez, estamos trazendo outro gênio, o das pernas tortas. Venha comigo, no caminho eu te explico:



Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha, nascido no município de Magé (região metropolitana do Rio de Janeiro), em 28/10/1933. O apelido foi dado por sua irmã em associação dada por ela com uma espécie de passarinho muito comum na região onde o anjo das pernas tortas passou a sua infância.

Jogou profissionalmente entre 1953 e 1972, a maior parte do tempo defendendo o Botafogo. Pela seleção, jogou entre 1955 e 1966, tendo atuado em três Copas do Mundo (1958/1962/1966), ganhando duas.

Colocou no banco de reservas outro gênio da ponta direita, Julinho Botelho, que brilhou na Copa de 1954, na Suíça. Mas Garrincha era espetacular. Em seu teste pelo Botafogo, na primeira jogada, seu marcador era nada mais nada menos que Nilton Santos, o melhor lateral esquerdo de toda a história do futebol, conhecido como a "Enciclopédia". Garrincha não se intimidou e jogou logo a bola no meio das pernas do lateral, que imediatamente pediu para que o craque fosse contratado. E ele estava certo.

Em 1958 fez parte do time que conquistou pela primeira vez a Copa do Mundo, batendo a Suécia na final, em um time que é aclamado como um dos melhores de toda a história. Além dele, tinha Zagallo na ponta esquerda, Pelé e Vavá como centroavantes (na época, os times jogavam no esquema 4-2-4, uma variação do esquema criado pela Hungria, 4 anos antes, no caso do Brasil, eram dois pontas por cada lado e dois centroavantes), além de Didi e Zito brilhando no meio de campo.

Um porém é que, em 1958 o time que começou jogando a Copa não era exatamente este: Garrincha e Pelé eram reservas e só entraram em campo a partir da terceira partida da seleção, para nunca mais ficarem de fora.

(Garrincha em ação, diante da URSS. Foto: retirada da internet)

Em 1962, com a contusão de Pelé na segunda partida diante da Tchecoslováquia, Garrincha assumiu a responsabilidade e com atuações brilhantes, levou o Brasil ao Bicampeonato. O time do meio para frente era praticamente o mesmo da Copa anterior, com a substituição de Pelé por Amarildo.

Ainda sobre 1962, um caso pitoresco: o anjo das pernas tortas após quase fazer chover na semifinal contra o Chile em que marcou dois gols na vitória por 4 a 2, ele acabou sendo expulso da partida após agredir o chileno Rojas. Porém, na época, ao contrário de hoje, não haviam os cartões amarelos e vermelhos (eles foram criados na Copa de 1970). A confusão foi total, já que o árbitro da partida não viu a agressão, foi alertado pelo auxiliar. Porém, após apelos do presidente do Brasil á época, João Goulart, do então premier e que viria a ser eleito presidente anos depois, porém, morreu e não assumiu, Tancredo Neves e também do presidente chileno, Jorge Alessandri, este, por sua vez disse à FIFA que "não se pode deixar de fora da final um jogador de futebol tão alegre". A entidade converteu a suspensão em advertência, e Garrincha, mesmo com febre de 38 graus, jogou a final. Não marcou gol, mas terminou aquela edição como um dos artilheiros daquela Copa, com 4 gols.

(Garrincha expulso na semifinal de 1962. Foto: Agência O Globo)

Em 1966, o técnico Vicente Feola, campeão em 1958, havia voltado ao comando da seleção e com um planejamento mal-feito, convocou grande parte dos jogadores que haviam sido campeões 8 anos antes. Claro, os jogadores estavam envelhecidos e não renderiam o mesmo. A seleção acabou eliminada na primeira fase e Garrincha conheceu a sua primeira e única derrota em Copas, diante da seleção da Hungria, pelo placar de 1 a 3.

(Garrincha e a seleção contra a Bulgária em 1962, o último jogo de Pelé e o anjo das pernas tortas juntos. Eles jamais perderam uma partida quando atuaram juntos. Foto: retirada da internet)

Vamos ao resumo de todas as partidas do anjo das pernas tortas em Copas do Mundo:

1958 (Campeão):

Garrincha não atuou na estreia, em 08/06/1958 quando o Brasil bateu a Áustria por 3 a 0 e também na segunda partida, em 11/06/1958 em que Brasil e Inglaterra ficaram no 0 a 0;
15/06/1958 - Brasil 2x0 União Soviética: Garrincha jogou os 90 minutos
19/06/1958 - Brasil 1x0 País de Gales: Garrincha jogou os 90 minutos
24/06/1958 - Brasil 5x2 França: Garrincha jogou os 90 minutos
29/06/1958 - Brasil 5x2 Suécia: Garrincha jogou os 90 minutos

PS: Um caso pitoresco conta que, na preleção antes do jogo contra a URSS, o técnico Vicente Feola deu a seguinte orientação: "Garrincha, vc dribla todos e cruza para a área", no que nosso homenageado teria respondido: "Certo, professor, mas o senhor já combinou isso com os russos?"

1962 (campeão):

30/06/1962 - Brasil 2x0 México: Garrincha jogou os 90 minutos
02/06/1962 - Brasil 0x0 Tchecoslováquia: Garrincha jogou os 90 minutos
06/06/1962 - Brasil 2x1 Espanha: Garrincha jogou os 90 minutos
10/06/1962 - Brasil 3x1 Inglaterra: Garrincha jogou os 90 minutos e marcou aos 31 e aos 59
13/06/1962 - Brasil 4x2 Chile: Garrincha jogou 83 minutos até ser expulso e marcou aos 9 e aos 32
17/06/1962 - Brasil 3x1 Tchecoslováquia: Garrincha jogou os 90 minutos

1966 (eliminado na primeira fase):

12/07/1966 - Brasil 2x0 Bulgária: Garrincha jogou os 90 minutos, marcando aos 63
15/07/1966 - Brasil 1x3 Hungria: Garrincha jogou os 90 minutos
Em 19/07/1966, Garrincha não entrou em campo na derrota do Brasil por 1 a 3 para Portugal

Garrincha foi eleito o melhor jogador da Copa de 1962, além de ter feito parte das seleções dos melhores das Copas de 1958 e 1962.

É um dos 18 atletas que tem os nomes na história por serem campeões por duas Copas seguidas (escreveremos sobre este tema em breve).

Nosso craque faleceu aos 49 anos, em 20/01/1983, vítima de problemas com o alcoolismo.

Tivemos grandes duplas nas Copas, porém, nenhuma dupla foi mais letal do que Garrincha e Pelé: juntos, a seleção brasileira jamais perdeu uma partida.

(A dupla mais letal da história das Copas. Foto: retirada da internet)

Muitas pessoas que viram Garrincha jogando, afirmam que ele foi muito mais jogador do que Pelé. Mas todos são unânimes: Garrincha foi o maior driblador de toda a história do futebol.

(Garrincha em ação em 1962. Foto: retirada da Internet)

Pessoal, vamos ficando por aqui. Agradeço mais uma vez a visita, a leitura e voltaremos na sexta-feira com outra grande lenda das Copas. Até lá!

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