Holanda: 3 vezes vice-campeã

Salve salve galera que nos acompanha aqui no blog, sejam mais uma vez bem-vindos. Estamos de volta com mais uma postagem. Na terça-feira, trouxemos as seleções do leste europeu que "bateram na trave". Hoje estamos trazendo uma outra seleção que bateu três vezes na trave. Venha comigo, no caminho eu te explico:

HOLANDA




A seleção holandesa tem 10 participações apenas em Copas, um número bem pequeno e com participações que se tornaram mais frequentes a partir da década de 1990. A seleção estreou em Copas na edição de 1934, quando caiu na primeira fase e depois retornou somente em 1974 e 1978, quando fez história, sendo duas vezes vice-campeã nestas duas edições.

Já contamos aqui a história da Laranja Mecânica, como foi chamada a seleção da Holanda, sobretudo em 1974, quando jogando num esquema ofensivo e com jogadores sem posições definidas, que jogavam em um rodízio de posições, à exceção do goleiro. Claro que de nada adiantaria ter um esquema que surpreenderia os adversários se a equipe não tivesse craques como Cruyff, Neeskeens, Resenbrink, entre outros. O time de 1974 fez uma excelente campanha, inclusive, eliminando a atual campeã, o Brasil, que ainda tinha alguns jogadores campeões em 1970. Foi parada somente pela a anfitriã Alemanha, que conquistaria seu segundo título.

(A Holanda de 1974 - Foto: retirada da internet)

E antes do novo vice-campeonato na Argentina, em 1978, o Carrossel foi parado na semifinal da Euro de 1976, quando foi derrotada pela seleção da Tchecoslováquia, na prorrogação. O time ainda tinha alguns jogadores que atuaram na Alemanha, porém, a sua maior estrela já não estava mais servindo a seleção. O desempenho nesta Copa não foi tão assustador quanto em 1974, visto que o time passou em 2º lugar na fase de grupos, mas na segunda fase, conseguiu eliminar Itália, Alemanha e Áustria, chegando a final e perdendo novamente para a seleção anfitriã. O detalhe que deve doer até hoje foi o fato de o atacante Resenbrink ter acertado uma bola na trave, aos 45 minutos do segundo tempo, quando a partida estava empatada em 1 a 1. Na prorrogação, os argentinos fizeram dois gols e conquistaram pela primeira vez a Copa.

(Resenbrink na final diante da Argentina em 1978. Foto: retirada da internet)

Era o fim de uma geração de prata, que voltaria a ter certo brilho na década de 1990. Na verdade, um pouco antes: com uma geração de jogadores como Gullit, Van Basten e Rijkaard, a Holanda conquistaria a Euro de 1988, batendo a URSS na final e chegaria à Copa da Itália como uma das cotadas. Mas quis o destino que a Holanda pegasse a Alemanha mais uma vez e o time de Matthäus, Klismann e Völler não deu chances à laranja, que foi eliminada nas Oitavas-de-final. Em 1994 e 1998, a Holanda teve o Brasil no caminho, vendendo caro as derrotas. Em 1994, chegou a estar perdendo por 0 a 2, empatou e graças à bomba de Branco e a malandragem de Romário, que tirou a bunda da trajetória da bola, o Brasil avançou rumo ao tetra. Em 1998, a partida foi ainda mais dramática, terminando empatada por 1 a 1 após os 120 minutos e Taffarel garantindo a passagem do Brasil às semifinais.

A equipe ficaria de fora da Copa de 2002, voltando nas próximas três edições: em 2006, eliminada nas Oitavas; Mas em 2010 e 2014, boas campanhas, que fizeram lembrar (guardadas as proporções) aquele time de 1974/1978: a equipe seria mais uma vez vice-campeã, como em 1978, vendendo caro a derrota na prorrogação para a Espanha de Iniesta, em campanha que incluiu a vitória sobre a seleção brasileira nas Quartas-de-final, vencendo de virada por 2 a 1. E em 2014, uma excelente campanha, que incluiu uma goleada por 5 a 1 sobre a sua algoz na Copa anterior, sendo parada somente na semifinal, ao perder assim como foi em 1998, a vaga para a final nos pênaltis. E mais uma vez era a Argentina no caminho dos holandeses. Na decisão de 3º e 4º lugares, um passeio na fragilizada equipe do Brasil, que havia sofrido a maior goleada de sua história, aquele fatídico 7 a 1 para a Alemanha. A Holanda fez 3 a 0 no Brasil e não fez mais por piedade. Um excelente time que contava com nomes como Robben e Sneijder.

(Sneijder comemorando o gol da virada diante do Brasil em 2010. Foto: retirada da internet)

A seleção da Holanda é a segunda seleção com mais vices na história das Copas: são três, perdendo apenas para a Alemanha, que tem 4 vices, porém, os germânicos disputaram 8 finais. E aqui nos perguntamos: por que a equipe não alcançou a glória? A resposta deste blog é simples: Copa do Mundo é tradição. E esta tradição está restrita a três seleções: Brasil, Alemanha e Itália. De 21 edições de Copas, desde 1930 até 2018, apenas em quatro, não tivemos uma ou até mesmo duas destas três seleções envolvidas na final. Porém, devemos analisar o fato de a Holanda ser um país de pequenas dimensões, consequentemente, com um número relativamente baixo de população (aqui nos referimos aos holandeses de fato), o que justifica o fato de tempos em tempos surgir uma boa geração de jogadores, diferentemente dos outros três países, onde a toda hora surgem talentos e que se pode montar diversos times competitivos, sem que se perca muito em termos de qualidade. Pode ser que a seleção da Holanda possa vir a conquistar seu primeiro título de Copa, mas não é garantido. O que seria uma pena, pois assim como a Hungria fez por onde, mas foi parada por Itália e Alemanha (olha a tradição a que me refiro).

(Os holandeses agradecendo a receptividade dos brasileiros em 2014. Foto: retirada da internet)

A seleção da Holanda é um dos times que este blogueiro admira, principalmente pelo fato de este que vos escreve ter acompanhado a geração de 1988-1998. Times que jogavam para frente, sem medo e que às vezes pagava por esse ímpeto ofensivo. Mas para quem realmente gosta de futebol, preferimos perder jogando bonito do que ganhar jogando feio. Era bom ver um centroavante com faro de gols como Marco Van Basten, pontas velozes como Dennis Bergkamp e Marc Overmars, e até mesmo o mais recente Arjen Robben. E os de mais idade, que suspiraram com o futebol de Cruyff, o mais genial de todos os jogadores da história da Holanda.

(Cruyff, o maior de todos os jogadores neerlandeses. Foto: retirada da internet)

 Antes de encerrarmos, vamos deixar as campanhas dos três vices-campeonatos da Holanda:

1974:

15/06/1974 - Holanda 2x0 Uruguai
19/06/1974 - Holanda 0x0 Suécia
23/06/1974 - Holanda 4x1 Bulgária
26/06/1974 - Holanda 4x0 Argentina
30/06/1974 - Holanda 2x0 Alemanha Oriental
03/07/1974 - Holanda 2x0 Brasil
07/07/1974 - Holanda 1x2 Alemanha

(Cruyff e Beckenbauer, dois gênios disputando a final da Copa de 1974. Foto: retirada da internet)

 1978:

03/06/1978 - Holanda 3x0 Irã
07/06/1978 - Holanda 0x0 Peru
11/06/1978 - Holanda 2x3 Escócia
14/06/1978 - Holanda 5x1 Áustria
18/06/1978 - Holanda 2x2 Alemanha
21/06/1978 - Holanda 2x1 Itália
25/06/1978 - Holanda 1x3 Argentina

2010:

14/06/2010 - Holanda 2x0 Dinamarca
19/06/2010 - Holanda 1x0 Japão
24/06/2010 - Holanda 1x2 Camarões
26/06/2010 - Holanda 2x1 Eslováquia
02/07/2010 - Holanda 2x1 Brasil
06/07/2010 - Holanda 3x2 Uruguai
11/07/2010 - Holanda 0x1 Espanha

Galera, é isso, vamos ficando por aqui. Voltaremos na próxima terça-feira, com mais um post. Agradeço a sua visita, a sua leitura e te espero na próxima! Até la

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